Sistema operado em conjunto pela CNA e ABCAR vai completar um ano, garantindo divisas ao Brasil, a identificação dos animais, qualidade do alimento e o status sustentável das fazendas.
Garantir ainda mais divisas com a exportação de carne bovina brasileira, representar o pecuarista no sistema de certificação e envolver indústrias, federações estaduais de agricultura e agropecuárias em uma corrente positiva para toda a cadeia produtiva. Estes são os principais objetivos da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) e Associação Brasileira das Empresas de Certificação por Auditoria e Rastreabilidade (ABCAR), que atuam dedicadas ao segmento e apostando como nunca no Sistema Brasileiro de Identificação de Bovinos e Bubalinos (SISBOV), instrumento oficial de identificação individual criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como ferramenta de controle sanitário e fiscalização das propriedades rurais que desejam cumprir protocolos internacionais e exportar aos mercados mais exigentes, que remuneram melhor, como a União Europeia e Japão.
As duas entidades comemoram em abril um ano de vigência do Termo de Entendimento firmado por meio do Instituto CNA, que assumiu a gerência e operação das atividades realizadas na Base Nacional de Dados do SISBOV (BND/SISBOV). “O sistema era totalmente público, gerido pelo MAPA, e passou a ser uma parceria público-privada. Com a CNA sendo gestora, na defesa dos pecuaristas, e com o apoio das certificadoras, que estão dentro das propriedades, verificando os requisitos acordados entre o Brasil e as nações da União Europeia. Foi um ano desafiador, mas de muito trabalho e resultados positivos”, avaliou Paulo Costa, Coordenador de Protocolo de Rastreabilidade da CNA. “Abraçamos a ideia com tudo porque confiamos na importância da rastreabilidade para a propriedade que atua no setor, em nosso país. A rastreabilidade e certificação são um investimento com retorno certo, garantia de espaço nos mercados externos que valorizam carne bovina com origem, qualidade, sanidade e status para o próprio mercado interno. As certificadoras querem prestar o serviço da melhor maneira possível e ajudar no novo momento do Sistema. Ele é muito importante para a pecuária brasileira’ afirmou Aécio Flores, Vice-Presidente da ABCAR.
O momento não poderia ser melhor. Os custos de produção aumentaram bastante, mas os valores recebidos pela proteína embarcada permanecem compensadores. E o momento vivido pelo mercado mundial mudou bastante desde o início da Pandemia da Covid-19, com as sociedades valorizando cada vez mais a alimentação saudável, produtos controlados, com garantia de origem, oriundos de áreas que não desmatam, respeitam a legislação trabalhista de cada país e trata os animais com os requisitos mínimos de Bem-Estar Animal. “São conceitos de produção que garantem divisas externas e precisam ser valorizados internamente. E o SISBOV já garante isso há 14 anos. Vivemos um processo de transição na gerência do Sistema, mas temos a lei de rastreabilidade mais avançada do planeta. E neste último ano optamos pelo caminho da parceria, sempre buscando mais informações aos produtores rurais e certificadoras, confiando na rastreabilidade porque entendemos que ela traz benefícios à propriedade, ao sistema produtivo, com vantagens de gestão financeira, manejo, trato com o rebanho. Até mesmo para o pecuarista que opta em não vender ao mercado internacional”, reforçou Aécio Flores.
O alerta da ABCAR é importante até mesmo pelo imprevisto vivido pelas exportações de carne bovina no segundo semestre do ano passado. As vendas externas tiveram ótima performance nos três primeiros trimestres, mas dois casos de ‘Mal da Vaca Louca’ verificados em Minas Gerais e Mato Grosso redundaram na saída momentânea da Arábia Saudita e China do mercado brasileiro, o que acabou abalando os resultados aguardados pelo segmento para o período setembro-dezembro de 2021. “Esses casos sanitários não repercutiram em nada na comercialização com a União Europeia por causa da segurança oferecida pelo SISBOV, que garante as exportações para aquela região”, acrescentou o executivo da ABCAR.
As metas da CNA e ABCAR daqui para frente são ratificar que a Confederação opera o processo para o produtor exportar a carne dele da melhor maneira possível. Ao lado das certificadoras. “Um ano se passou, o processo de transição deu certo, o negócio andou, o pecuarista vem tendo ciência de que o gestor do protocolo é um representante dele, que é a CNA. Somos um órgão forte, que representa o produtor, ao lado das certificadoras. Funcionou, é um protocolo de segurança ao produtor. E o objetivo é que o mercado venha aderir ainda mais aos processos de rastreabilidade. A CNA é gestora do protocolo porque gerencia 1.600 propriedades, o processo, com o papel de garantir oportunidades de exportação, não permitir rupturas nos negócios. Existe um mercado de rastreabilidade da carne bovina brasileira que hoje é muito bem feito”, resumiu Paulo Costa.
“A CNA é uma grande defensora do pecuarista neste sentido, representa o produtor, é parte decisiva no processo. E, ao lado das empresas certificadoras e de brincos de identificação, integra uma corrente positiva, que busca apoio e parceria das indústrias, federações estaduais de agricultura e grandes agropecuárias. A Rastreabilidade pode crescer bastante no Brasil e, com o passar do tempo, levar o processo para solucionar outros problemas que atingem a Pecuária, como enfermidades, e resolver questões de comercialização ainda travadas, como o abate de animais aos 30 meses com identificação individual, uma exigência adicional que a China pretende adotar. resolver a questão do abate aos 30 meses com identificação, o que hoje não é possível. Sem falar em protocolos novos que pretendemos construir ainda para 2022”, concluiu Aécio Flores.